quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Palestra na região de Sorocaba abordará assédio sexual no futebol de base

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por Rivail Oliveira

Organização é do EC São Bento/CFA Kigol e do Sindicato dos Atletas do Estado de São Paulo

Sorocaba, SP, 21 (AFI) - Nesta quinta-feira, dia 23 de novembro às 14h30 estará na região de Sorocaba o ex-jogador Alê Montrina, que falará sobre um tema dos mais polêmicos no futebol: assédio sexual, abuso psicológico e falsas promessas na base. Na palestra “Chega de abusos” o ex-goleiro virá a convite da parceria Esporte Clube São Bento/ Centro de Formação de Atletas Kigol.
Além destes assuntos, Montrina, um batalhador, desde parou no futebol, contra essas questões, falará das condições de trabalho das bases no Brasil, das ilusões que são levadas a muitos atletas, da presença de empresários entre outros. Será uma palestra motivacional e educacional que vem sendo feita em grandes clubes do Brasil, e acontecerá no prèdio da Sesdesp Votorantim, rua Pedro Rodrigues Ribeiro,173, Vossoroca desde 14h30 desta quinta-feira.
O coordenador da base da parceria, São Bento/Kigol, Pedro Henrique Andrade, 53 anos falou sobre a palestra. No futebol se ouve falar muita coisa, generalizando-se essas temáticas que preocupam muitos pais.

Queremos o melhor para nossos filhos e netos, e zelamos pela formação do ser humano, do cidadão, além do atleta, e sabemos que com palestras como essas estaremos ajudando e esclarecendo as pessoas e principalmente os pais e pessoas ligadas ao futebol” disse Andrade, treinador especializado pela CBF. A iniciativa, diz ele, teve desde o primeiro momento, apoio integral da diretoria do São Bento, do presidente Márcio Dias, do vice Almir Laurindo e do diretor de base Marcelo Batoré.

O PELESTRANDO
Ex-goleiro, Alê Montrinas foi jogador revelado pela Portuguesa, jogou em clubes do futebol europeu e interior de São Paulo por duas décadas, e aos 36 anos, encerrou a carreira. em 2014. Depois que encerrou a carreira iniciou uma luta sem fronteiras contra um problema que sofreu na pele: o assédio sexual de técnicos, preparadores e dirigentes ao longo de sua trajetória nas categorias de base. Em suas entrevistas ele conta que tinha apenas 14 anos quando sofreu a primeira investida. Segundo Montrinas, o suporte da família foi fundamental para que as abordagens não evoluíssem para abusos mas que outros colegas não tiveram a mesma sorte.

Segundo o ex-jogador, o convívio com essa realidade, de crianças e adolescentes expostos a diversas formas de violação de direitos em clubes de futebol, fez com que ele agisse para ajudar a proteger jovens atletas que sonham com o estrelato na bola. E numa parceria com o Sindicato de Atletas, Alê tem viajado o Estado de São Paulo ministrando palestras educativas, alertando pais e jogadores para o perigo que ronda as categorias de base. E, acima de tudo, impedir que o abuso sexual continue sendo o grande tabu do futebol.

“Fui assediado durante 10 anos da minha carreira. Não cheguei a ser abusado. Venho de uma família de classe média, que sempre foi muito presente e me aconselhou desde pequeno para evitar esse tipo de contato com adultos. Mas isso é tão comum que os jogadores comentam com frequência no vestiário. Lamentavelmente, já é algo que faz parte da cultura do futebol. E, por isso mesmo, acaba sendo um problema ainda mais difícil de se combater. Crianças e adolescentes muitas vezes sequer tomam consciência de que são abusados, não sabem que são vítimas de um crime abominável” disse em uma de suas últimas entrevistas para a imprensa.

“Desde que parei de jogar, eu senti que precisava fazer algo para contribuir com o futebol. E colocar o dedo nessas feridas é uma forma de sensibilizar as pessoas. Em minhas palestras, eu tento explicar, em primeiro lugar, o que é o abuso sexual. Como isso acontece no futebol e o que fazer para evitar. Os jogadores hoje vivem numa redoma. Não é interessante para quem ganha dinheiro com o futebol que os atletas tenham estudo e informação. É importante que os clubes se comprometam com a educação dos jovens formados em suas categorias de base. E, infelizmente, há poucos times que oferecem boas condições para que o atleta em formação não abandone a escola”. Conta Montrinas.

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