quarta-feira, 26 de abril de 2017

Saúde volta a ter insulina rápida, mas está sem a Lantus

Jornal Cruzeiro do Sul

 Depois de pelo menos dois meses de desabastecimento, a Secretaria Estadual da Saúde anunciou nesta terça-feira (25) que os pessoas com diabetes poderão retirar, a partir de hoje, as insulinas rápidas. A informação vem da assessoria de imprensa da pasta, após algumas famílias buscarem, por meio do jornal Cruzeiro do Sul, uma definição quanto à falta do medicamento e de previsão de quando a situação estaria normalizada. Entretanto, os problemas para os pacientes ainda continuam, pois o Estado ainda não sabe quando a insulina Lantus -- de ação prolongada -- será novamente distribuída.

A agente de saúde Sandra Meireles, que tem um filho de 17 anos -- desde antes dos 4 anos ele convive com a doença --, reclamou que há pelo menos dois meses não consegue retirar, na Farmácia de Alto Custo, no Hospital Leonor Mendes de Barros, a insulina rápida, e que a Lantus está em falta há três meses. Ainda segundo ela, durante todo esse tempo em que o medicamento está em falta, a família vem se virando com doações da Lantus, sendo que da outra ainda havia uma pequena reserva.

Além da angústia pela falta dos medicamentos, a agente de saúde comentou que a falta de uma definição aumenta a aflição, tendo em vista que especialmente a Lantus não pode faltar, mas que para comprar onera o orçamento familiar, considerando que, segundo ela, cada refil desse tipo de insulina custa R$ 100 em média, e seu filho utiliza seis por mês.

O metalúrgico Leandro Salvador de Almeida, de Votorantim, vive o problema em dobro, pois tem um filho de 13 anos e uma menina com 7 anos diagnosticados com diabetes há anos. Além de compartilhar a agonia pela espera dos dois tipos de insulina, Leandro também reclama da falta de definição do Estado, comentando inclusive ter permanecido, anteontem, uma hora na fila da farmácia do Leonor Mendes de Barros para quando, ao chegar na sua vez, ser informado que não tinha a Lantus. Na sequência ele ligou na ouvidoria e foi informado que sua reclamação não seria registrada porque havia caído o sistema.

As duas famílias reclamaram também da ineficiência do telefone da Farmácia de Alto Custo, cujas ligações nunca são completadas.

Processo de aquisição

Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Saúde, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Sorocaba esclarece que a insulina rápida está disponível e os pacientes podem retira-la à partir de hoje, mas que em relação à insulina Lantus, a informação é a de que "o item está em processo de aquisição e as empresas estão sendo cobradas para que entreguem o mais rápido possível. Tão logo os produtos sejam entregues os pacientes serão comunicados. De qualquer forma, o DRS está tentando remanejar as insulinas de outro departamento para os pacientes enquanto aguarda a entrega pelo fornecedor".

A nota também ressalta que os produtos em questão não fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), válida para todo o Brasil e definida pelo Ministério da Saúde, dentro do Programa Nacional de Diabetes, cujo atendimento é competência da atenção básica, isto é, dos municípios.

O Estado também destacou que desabastecimentos temporários são exceção à regra e podem ocorrer por fatores externos como aumentos inesperados de demanda, atrasos por parte do fornecedor, problemas logísticos, escassez de matéria-prima ou licitações que fracassam por ausência de interessados.

Em relação ao telefone para contato na Farmácia de Alto Custo, foi esclarecido que a linha está em manutenção e deve entrar em funcionamento nos próximos dias.

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