Saúde inicia ação contra a leishmaniose canina

 Serão realizadas coletas de sangue dos animais e analisados pelo Instituto Adolfo Lutz

 
A Secretaria da Saúde de Votorantim (Sesa), por meio do Departamento de Vigilância em Saúde, iniciou nesta segunda-feira (24), o inquérito canino na cidade. A ação leva em consideração a constatação de casos de leishmaniose visceral canina, com a intenção de avaliar a população de cães do município e, com isso, adotar ações para que outros casos não venham a ocorrer.
A medida está se iniciando pela região do Jardim Serrano II, onde as equipes do Centro de Controle de Zoonoses, Superintendência de Controle de Endemias, Sucen, Grupo de Vigilância Epidemiológica Regional (GVE-R), Instituto Adolfo Lutz Regional (IAL-R) e Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Sorocaba (Uniso) irão efetuar coletas de sangue nos cães previamente cadastrados, atendendo o protocolo do Ministério da Saúde quanto ao monitoramento da doença em meio urbano. O material coletado será analisado pelo Instituto Adolfo Lutz.
O diretor de Vigilância em Saúde, Pedro Borges, destaca que a ação é realizada pelo fato de ter sido encontrado cães com essa patologia na cidade. Ele explica ainda que a leishmaniose visceral canina pode levar a transmissão para o homem através de um inseto chamado mosquito palha (Lutzomyia longipalpis) do gênero flebótomo. Suas fases larvais desenvolvem-se e alimentam-se de matéria orgânica depositada no solo. Os adultos fêmeas sugam o sangue de alguns animais para que o repasto sanguíneo garanta as novas posturas. Uma vez infectadas, transmitem aos reservatórios habituais (homem e cão domiciliado na área urbana), podendo levar ao adoecimento no homem.
Pedro Borges explica que o cão é o reservatório urbano e a raposa, o silvestre. "O cão é tão vítima quanto o homem quando adoece e passa a ter a leishmaniose visceral canina", ressalta. Ainda de acordo com ele, há anos o Estado de São Paulo vem apresentando casos, principalmente na região noroeste do Estado, sendo exercidas ações de combate e controle da doença.  Os insetos proliferam mais em locais úmidos e onde ocorram concentrações de matérias orgânicas.
Em Votorantim, os casos de Leishmaniose Visceral Canina foram diagnosticados desde o ano de 2013. Uma vez identificada a doença, são adotados procedimentos protocolares para se evitar a transmissão ao homem.
Neste ano, com novos diagnósticos de cães comprometidos com Leishmaniose visceral canina e, após o levantamento de inquérito entomológico com o encontro de grande quantidade do vetor causador da doença, o Departamento de Vigilância em Saúde adotou o procedimento de cadastrar todos os cães domiciliados e realizar coleta de material a identificação da doença. "Não há motivos para pânicos. Estamos seguindo o protocolo exigido e, por isso, coletando o sangue dos animais e é de fundamental importância que a população contribua com essa ação e permita o acesso até esses animais, que é para o próprio bem deles", ressalta.

Os trabalhos tiveram início pela região do Jardim Serrano II, justamente por se tratar da área onde foi encontrado o vetor causador da doença. As ações secundárias poderão ser adotadas caso este inquérito comprove a existência de animais doentes, cuja prevalência pode levar ao comprometimento humano em larga escala. "A busca ativa de casos em humanos deverá ocorrer como mecanismo de controle epidemiológico", completa o diretor da Vigilância em Saúde.


Jornalista: André Reis

Secom Votorantim