terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Professor é suspeito de sumir com dinheiro de alunos em Piedade

Natália de Oliveira
Do G1 Sorocaba e Jundiaí

Estudantes do 9º ano arrecadaram quantia para viagem de formatura.
Diretoria Regional de Ensino confirma que suspeito usou diploma falso.

Professor foi afastado das duas escolas (Foto: Reprodução/TV TEM)

Um professor temporário de 26 anos que atuava em uma escola estadual de Piedade (SP) está sendo investigado por apresentar documentação falsa para dar aula na unidade e, ainda, por fugir com o dinheiro que os alunos arrecadaram para uma viagem de formatura. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (5) pela Diretoria Regional de Ensino de Votorantim (SP), cidade vizinha em que o suspeito também lecionou aulas em uma escola
Por meio de nota, o órgão informou "que já tinha conhecimento do fato e que há uma apuração administrativa em andamento que resultou no imediato afastamento do homem que atuava como professor temporário".
Ainda de acordo com a Diretoria Regional de Ensino, boletins de ocorrência foram registrados pela Escola Estadual Theodora de Camargo Ayres - que fica no Jardim São Bartolomeu - e por familiares de alunos. O órgão também garantiu que "estuda os meios legais para que se ratifiquem as aulas e avalie os estudantes de acordo com o conteúdo que eles aprenderam neste semestre. A família do homem foi acionada pela escola e devolverá o dinheiro aos estudantes".
O professor trabalhou em uma escola de Votorantim e na de Piedade por quase dois anos. Mas, a Diretoria Regional de Ensino descobriu que ele entregou um certificado falso para dar aula. "A resolução 75 permite que o estudante ministre aula através do comprovante e estar matriculado a partir do segundo semestre do ano letivo da licenciatura. Ele alegou que era um erro da faculdade, que não tinha realizado a matrícula dele por conta de erro no sistema”, afirma a Dirigente Regional de Ensino, Tereza Leonor Milano.
Os estudantes fizeram as contas e calcularam um prejuízo de aproximadamente R$ 3,5 mil. "A gente entregava tudo na mão dele. Ele marcava o nome e o quanto o aluno entregou. Por esses detalhes, a gente nunca desconfiou”, lamenta a aluna Isabella Medeiros.
Decepção de alunos e pais
A mãe de um dos alunos do 9ª ano da Escola Estadual Theodora de Camargo Ayres, em Piedade, Silvana Barros, diz que o sentimento geral entre os estudantes é de decepção por terem sido enganados. Ela conta que nunca desconfiaram de nada e que, inclusive, conversava normalmente com o professor durante as reuniões e que os alunos até gostavam das aulas dele, apesar dele só se basear nas apostilas.
Alunos e pais só foram descobrir que o suspeito - que atuava há dois anos na escola de Piedade - não era, de fato, professor depois que uma reportagem divulgada no dia 26 de novembro divulgou que ele também atuava em uma escola de Votorantim, mas sem diploma e que os documentos apresentados no momento da contratação eram falsos.
Com o caso à tona, o suspeito informou à diretoria da escola de Piedade que iria se ausentar para resolver problemas pessoas e sumiu, levando com ele o valor de R$ 3.177,10, equivalente ao que foi arrecado para a viagem de formatura dos alunos do 9º ano. Além dos pais dos alunos terem dado uma parte do dinheiro, os alunos também arrecadaram uma quantia deste valor com a venda de doces e rifas.
"Desde o começo do ano, ele ficou responsável pelo dinheiro que seria usado para uma viagem de formatura. Inicialmente, eles iam em um sítio, no mês de junho, mas na data estipulda a excursão não aconteceu e ele falou que o dinheiro ia ficar para as camisetas de formatura, que nunca foram feitas. Depois ele convenceu os alunos que o dinheiro ia ficar para eles irem para um parque aquático em dezembro. Só que agora ele sumiu", desabafa a mãe.
Último contato
Ainda de acordo com Silvana, o professor chegou a falar com um dos alunos via o aplicativo WhatsApp e pediu desculpas pelo que tinha feito. "Ele disse que ia repor o que pegou com o salário que ia receber agora no fim do ano, mas como se ele foi afastado? Ele contou ainda para essa aluna que usou o dinheiro para pagar o casamento da mãe. Vê se dá pra acreditar".
Ela e outras mães se juntaram e registraram um boletim de ocorrência na delegacia da cidade por conta do dinheiro dos alunos que o suspeito levou. "O problema não é o dinheiro, mas o que ele fez com as crianças. Ele fez as crianças arrecadarem dinheiro para ele. Fica o constrangimento do que ele fez a gente passar", finaliza.

Professor anotava valores que eram entregues
pelos alunos (Foto: Reprodução/TV TEM)

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