Do G1 Sorocaba e Jundiaí
Estudantes do 9º ano arrecadaram quantia para viagem de formatura.
Diretoria Regional de Ensino confirma que suspeito usou diploma falso.
Professor foi afastado das duas escolas (Foto: Reprodução/TV TEM)
Por meio de nota, o órgão informou "que já tinha conhecimento do fato e que há uma apuração administrativa em andamento que resultou no imediato afastamento do homem que atuava como professor temporário".
Ainda de acordo com a Diretoria Regional de Ensino, boletins de ocorrência foram registrados pela Escola Estadual Theodora de Camargo Ayres - que fica no Jardim São Bartolomeu - e por familiares de alunos. O órgão também garantiu que "estuda os meios legais para que se ratifiquem as aulas e avalie os estudantes de acordo com o conteúdo que eles aprenderam neste semestre. A família do homem foi acionada pela escola e devolverá o dinheiro aos estudantes".
O professor trabalhou em uma escola de Votorantim e na de Piedade por quase dois anos. Mas, a Diretoria Regional de Ensino descobriu que ele entregou um certificado falso para dar aula. "A resolução 75 permite que o estudante ministre aula através do comprovante e estar matriculado a partir do segundo semestre do ano letivo da licenciatura. Ele alegou que era um erro da faculdade, que não tinha realizado a matrícula dele por conta de erro no sistema”, afirma a Dirigente Regional de Ensino, Tereza Leonor Milano.
Os estudantes fizeram as contas e calcularam um prejuízo de aproximadamente R$ 3,5 mil. "A gente entregava tudo na mão dele. Ele marcava o nome e o quanto o aluno entregou. Por esses detalhes, a gente nunca desconfiou”, lamenta a aluna Isabella Medeiros.
Decepção de alunos e pais
A mãe de um dos alunos do 9ª ano da Escola Estadual Theodora de Camargo Ayres, em Piedade, Silvana Barros, diz que o sentimento geral entre os estudantes é de decepção por terem sido enganados. Ela conta que nunca desconfiaram de nada e que, inclusive, conversava normalmente com o professor durante as reuniões e que os alunos até gostavam das aulas dele, apesar dele só se basear nas apostilas.
Alunos e pais só foram descobrir que o suspeito - que atuava há dois anos na escola de Piedade - não era, de fato, professor depois que uma reportagem divulgada no dia 26 de novembro divulgou que ele também atuava em uma escola de Votorantim, mas sem diploma e que os documentos apresentados no momento da contratação eram falsos.
Com o caso à tona, o suspeito informou à diretoria da escola de Piedade que iria se ausentar para resolver problemas pessoas e sumiu, levando com ele o valor de R$ 3.177,10, equivalente ao que foi arrecado para a viagem de formatura dos alunos do 9º ano. Além dos pais dos alunos terem dado uma parte do dinheiro, os alunos também arrecadaram uma quantia deste valor com a venda de doces e rifas.
"Desde o começo do ano, ele ficou responsável pelo dinheiro que seria usado para uma viagem de formatura. Inicialmente, eles iam em um sítio, no mês de junho, mas na data estipulda a excursão não aconteceu e ele falou que o dinheiro ia ficar para as camisetas de formatura, que nunca foram feitas. Depois ele convenceu os alunos que o dinheiro ia ficar para eles irem para um parque aquático em dezembro. Só que agora ele sumiu", desabafa a mãe.
Último contato
Ainda de acordo com Silvana, o professor chegou a falar com um dos alunos via o aplicativo WhatsApp e pediu desculpas pelo que tinha feito. "Ele disse que ia repor o que pegou com o salário que ia receber agora no fim do ano, mas como se ele foi afastado? Ele contou ainda para essa aluna que usou o dinheiro para pagar o casamento da mãe. Vê se dá pra acreditar".
Ela e outras mães se juntaram e registraram um boletim de ocorrência na delegacia da cidade por conta do dinheiro dos alunos que o suspeito levou. "O problema não é o dinheiro, mas o que ele fez com as crianças. Ele fez as crianças arrecadarem dinheiro para ele. Fica o constrangimento do que ele fez a gente passar", finaliza.
Professor anotava valores que eram entregues
pelos alunos (Foto: Reprodução/TV TEM)
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