sexta-feira, 27 de maio de 2016

Trabalhadores do transporte urbano de Sorocaba e de Votorantim continuam em estado de greve


Sindicato flexibilizou reivindicações com o objetivo de chegar a um acordo, mas empresas recusaram novamente a proposta construída na mesa de negociação


O Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região, em negociação com a bancada patronal do setor urbano de Sorocaba e de Votorantim reiniciada na tarde da última quarta-feira (25), flexibilizou as reivindicações da categoria com o objetivo de chegar a um acordo que atendesse ambas as partes e finalizasse a campanha salarial desse setor. No entanto, as empresas STU (Sorocaba Transporte Urbano) e Consor (Consórcio Sorocaba), concessionárias do transporte coletivo no município de Sorocaba, e Grupo São João, operadora do transporte coletivo em Votorantim, na manhã de hoje (27), rejeitaram mais uma vez a proposta construída na mesa de negociação.

Diante do impasse, os trabalhadores e as trabalhadoras em transporte urbano de Sorocaba e de Votorantim, reunidos em assembleia nesta sexta-feira, às 10h, na sede do Sindicato em Sorocaba, aprovaram, por unanimidade, a continuidade do ESTADO DE GREVE e o indicativo de início de paralisação após o meio-dia da segunda-feira (30). Nessa data será realizada, às 10h, uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas. Mais de 450 trabalhadores/as participaram da assembleia.

Na assembleia, o presidente do Sindicato dos Rodoviários Paulo João Estausia ponderou que o posicionamento das empresas é de quem não quer chegar a um acordo, que transparece o objetivo das empresas em levar a discussão aos tribunais para, dessa forma, imprimir uma derrota à categoria.

“Nós voltamos à mesa de negociação com o objetivo de chegar a um acordo. Para isso, flexibilizamos as reivindicações que a categoria aprovou. Na discussão as empresas deixaram entender que o problema era a contratação de mais agentes de bordo, nós retiramos essa pauta da mesa. Daí as empresas colocaram outro item como impasse para se chegar ao acordo. Ponderamos e flexibilizamos mais esse ponto. As empresas colocaram outro impasse. Ou seja, está evidente que as empresas não querem construir um acordo”, explica o presidente Paulinho.

“A imprensa faz inúmeras críticas ao sindicato e aos trabalhadores porque a greve prejudica a população, mas quem está agindo sem responsabilidade são as empresas e há uma omissão do poder público. Espero que os órgãos de imprensa deixem isso bem claro para a população”, completa Paulinho.

Na terça-feira (24), as empresas já tiveram a mesma atitude de avançar no acordo e ao final da negociação retirar o que tinha sido construído. Na ocasião, os representantes da STU e Consor apresentam proposta de 9,5% de reajuste salarial repassado aos trabalhadores em duas vezes, PLR de R$ 1.600,00 e tíquete-refeição de R$ 21,00 também em duas vezes.

Retrocessos não

O diretor financeiro do Sindicato, Adalberto de Souza Carvalho, Dadá, afirmou que a categoria não irá aceitar retrocesso salarial. “Não somos esses sindicatos que têm rabo preso com o patrão e aceitam reajuste salarial abaixo da inflação. Nós não ficarem de joelhos. Nós iremos lutar até o fim pelo que avaliamos ser justo ao trabalhador e à família do trabalhador.”

O vice-presidente afastado do Sindicato, Francisco França, falou que a implantação do BRT em Sorocaba pode quebrar o sistema de transporte e lembrou que o valor da passagem licitada é de R$ 4,50, um valor muito alto para a população.

“Por causa de uma ação de marketing na campanha eleitoral, o poder público de Sorocaba quer implementar o BRT. Isso irá quebrar o sistema de transporte. O custo do BRT é muito alto e os problemas do sistema atual poderiam ser resolvidos com outras ações menos onerosas aos cofres públicos e à população. O valor da passagem licitada é de R$ 4,50! Quem irá conseguir pagar isso? Quanto a mais a prefeitura terá que repassar ao sistema? Volto a afirmar, o BRT pode quebrar o sistema de transporte urbano em Sorocaba”, enfatiza França.

Aberto ao diálogo

O Sindicato dos Rodoviários permanece aberto ao diálogo com as empresas com o objetivo de chegar a um acordo justo para a categoria. Uma nova assembleia na sede do Sindicato em Sorocaba será realizada às 18h.

A data-base da categoria é 1º de maio. O Sindicato representa aproximadamente dois mil trabalhadores no setor urbano de Sorocaba e de Votorantim. Os trabalhadores estão em estado de greve desde o dia 18 de maio, quando a categoria rejeitou, por unanimidade, a proposta patronal de reajuste salarial abaixo da inflação, sendo 4,84% em maio e mais 3,08% a partir de novembro, um total de 8,06%, aumento na PLR de R$ 1.400,00 e no tíquete-refeição de R$ 20,00.

 Assessoria de imprensa
Sindicato dos Rodoviários



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