sábado, 30 de abril de 2016

Um trabalho intenso, mas que deixou saudade

Jornal Cruzeiro do Sul



 Jurandir Rocha Ribeiro foi agente de estação, maquinista e funcionário da balança - FÁBIO ROGÉRIO

Jurandir Rocha Ribeiro dedicou a vida à Estrada de Ferro Elétrica Votorantim, seu primeiro e único emprego -- de 1978 a 2009. Foi agente de estação, maquinista e funcionário da balança (setor da fábrica Santa Helena que pesava os vagões carregados). O trabalho era intenso, já que a ferrovia conectava três plantas do grupo Votorantim -- a fábrica de tecidos, que hoje se chama Fiação Alpina; a de celulose, Votocel (atual Vitopel), e a Cimento Votoran --, mas a saudade é ainda maior. "Mesmo trabalhando domingos e feriados quando era jovem, eu era feliz e não sabia", diz.

Na Estação Paula Souza, que comandava o tráfego, Jurandir tinha de coordenar um verdadeiro quebra-cabeças. "Era trem subindo e descendo o dia todo. Despachávamos lenha e carvão para a Votocel; ia óleo para a caldeira da fábrica de tecidos e voltava pano nos vagões fechados. Da Santa Helena recebíamos clínquer e cimento e mandávamos bauxita, escória e carvão", elenca ele, lembrando também do trem "marmiteiro", que levava consigo um vagão carregado com o almoço dos funcionários do Grupo Votorantim.

"A composição ia parando (eram várias estações até Votorantim, como Vila Assis e Parada do Alto) e as esposas embarcavam uma marmita metálica que tinha, numa plaquinha, o nome do funcionário e a fábrica que ele trabalhava." A prática curiosa acabou no final dos anos 70, mas a tempo do jornal Cruzeiro do Sul a registrar em uma reportagem publicada em 22 de maio de 1977.

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