sexta-feira, 6 de março de 2015

Professores fazem hoje ato público no Centro

Jornal Cruzeiro do Sul
Regina Helena Santos



O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realiza hoje, a partir das 17h, um ato público nas esquinas do boulevard Braguinha com a rua Barão do Rio Branco. Os professores entregarão uma carta aberta à população, na qual pretendem informar sobre problemas enfrentados pelos docentes e profissionais da área de educação nas escolas da rede estadual. "Nossa situação de trabalho está muito difícil", comentou a professora Magda Souza, coordenadora do sindicato. A mobilização de hoje precede as assembleias municipal e estadual, marcadas para quarta-feira e sexta-feira da próxima semana, respectivamente, nas quais a categoria debaterá uma possível paralisação. "Os professores estão muito indignados e revoltados. Há uma possibilidade real de greve."

Segundo Magda, as dificuldades enfrentadas pelos docentes da rede estadual vão além dos salários, considerados baixos pela categoria e também pauta do protesto. "As salas de aulas estão superlotadas na grande maioria das escolas." De acordo com a coordenadora, há turmas de ensino médio com até 45 alunos - quando o máximo estabelecido pela própria secretaria de Estado são 40. Os docentes atribuem a superlotação ao fechamento, segundo o sindicato, de cerca de 200 turmas em escolas de Sorocaba e de Votorantim. "São mais de 2,5 mil salas fechadas em todo o Estado de São Paulo. O governo cortou recursos para a Educação e isso fez aumentar o número de alunos por sala", falou.

Os professores também reclamam da falta de verbas para que as escolas da rede estadual fizessem obras e reparos em seus prédios e até de recursos para compra de material de higiene e de escritório. "Essa é uma realidade da escola pública e muitas vezes a sociedade e nem os pais conhecem as nossas mazelas. Muitas coisas ficam para o lado de dentro da escola. Por isso faremos este ato para dialogar com a população."

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou, por meio de nota, que não há cortes orçamentários e que o investimento na infraestrutura escolar está garantido. "Apenas no último ano foram quase R$ 37 milhões para aprimorar os ambientes escolares, implantar novas escolas e restaurar as existentes em Sorocaba e Votorantim." Sobre as salas de aulas superlotadas e a extinção de classes, o órgão alega que a Apeoesp não cita exatamente qual unidade de ensino descumpre o módulo norteador de alunos por sala de aula, elaborado pela própria Secretaria. "Nas duas regiões citadas [Sorocaba e Votorantim], a média de alunos por sala nas turmas do ensino médio, por exemplo, está abaixo do módulo. É importante ressaltar que as salas de aula existentes contemplam plenamente a demanda e não há alunos sem vaga."

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