sábado, 30 de agosto de 2014

REPRESA DE ITUPARARANGA- Sorocaba tem abastecimento de água garantido, afirma a Votorantim Energia


Notícia publicada na edição de 30/08/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 010 do caderno A
Giuliano Bonamim

Apesar da estiagem e do baixo nível do reservatório, situação ainda não é preocupante
 
 

O abastecimento público de água em Sorocaba está garantido, segundo os engenheiros da Votorantim Energia - empresa que administra a hidrelétrica de Itupararanga. A informação foi passada há três semanas a representantes do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) da cidade. A afirmação contrasta com o visual da represa, que atualmente apresenta largas faixas de areia em seu perímetro devido à falta de chuva na região.

A assessoria de comunicação do Saae confirmou que a reunião foi agendada pela própria autarquia, devido o interesse e à preocupação com a falta de chuva. Os representantes da Votorantim Energia garantiram o abastecimento público no município, mas não divulgaram por quanto tempo.

Essa preocupação é intensificada por quem passa pela represa de Itupararanga. Basta alcançar o paredão de concreto para observar largas faixas de terra. Antes da forte estiagem, essas áreas eram cobertas pela água.

É possível visualizar também pequenas ilhas distribuídas no espelho d"água, que até pouco tempo não eram visíveis. Uma delas é formada por pedras. Em sua base há uma barra de ferro, cuja ponta superior ficava acima do nível da água para auxiliar o desvio do obstáculo por parte das embarcações.


Situação crítica


O empresário João Antonio Gabriel, 64 anos, navega há aproximadamente uma década em Itupararanga. "O nível da água é um dos mais críticos que eu já vi", conta.

Segundo Gabriel, a navegação na bacia ficou mais perigosa e necessita de mais atenção devido aos bancos de areia e as pedras. "É preciso melhorar a sinalização para evitar acidentes, pois têm aparecido obstáculos que nunca tínhamos visto", ressalta.

O atual visual da represa também preocupa o SOS Itupararanga, uma entidade ambientalista sem fins lucrativos voltada a promover a preservação do local. A diretora Viviane de Oliveira contou que não é preocupante neste momento o abastecimento público na região, com base em informações coletadas no Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) do Estado de São Paulo, da empresa Águas de Votorantim e da Saneaqua Mairinque.

Em nota, o Daee informou que a vazão da represa tem sido mínima por parte da Votorantim Energia. Caso a estiagem se prolongue, o departamento poderá estabelecer regras especiais de descarga, com o objetivo de garantir o abastecimento público.

O Daee não informou por quanto tempo, sem chuvas, a represa teria capacidade de manter o abastecimento público das populações atendidas. "Para responder esse questionamento precisam ser efetuados estudos hidrológicos e de operação do reservatório, formulando cenários de afluências e descargas. Não foram desenvolvidos estudos nesse sentido, ainda."


Votorantim e Mairinque


A concessionária Águas de Votorantim revelou que o abastecimento da cidade não foi prejudicado e tem sido realizado normalmente. Em caso de estiagem prolongada, a empresa já elaborou um plano de contingência para minimizar o risco de desabastecimento.

Já a Saneaqua, empresa responsável pelo abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto de Mairinque, afirmou que a queda do nível de Itupararanga está comprometendo significativamente a represa do Fiscal, local da captação principal do sistema de abastecimento público do município. "Habitualmente operando com duas bombas, essa captação produz a ordem de 100 litros por segundo na Estação de Tratamento de Água (ETA). Hoje está operando com apenas uma bomba, sendo inviável o bombeamento de volume maior pela insuficiência de recurso hídrico na represa, resultando numa produção de apenas 75 litros por segundo na ETA", revela a empresa.

Dessa forma, a Saneaqua está em estado de alerta. Apesar de ainda não ter sido implantado um sistema de racionamento, estudos já têm sido realizados para a formalização de um plano de contingência junto à Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) e à Prefeitura de Mairinque.

 

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