Jornal Cruzeiro do Sul
Maíra Fernandes
Cia. Barracão Cultural apresenta amanhã "O tribunal de Salomão e o julgamento das meias-verdades"
Mesmo sendo a estreia do grupo no teatro de rua, o espetáculo venceu o Prêmio Coca-Cola Femsa 2012 de Melhor Produção - JOÃO CALDAS / DIVULGAÇÃO
As muitas versões da verdade e as verdades
de cada um servem de mote para o espetáculo O tribunal de Salomão e o
julgamento das meias-verdades, que a Cia. Barracão Cultural apresenta
amanhã, em Votorantim. Primeira experiência do grupo no formato do
teatro de rua, a peça, que chega à cidade via edital de circulação do
Proac e que foi montada em comemoração aos 10 anos do Barracão, em 2010,
será apresentada às 13h30, na Praça de Eventos Lecy de Campos, em
Votorantim, gratuitamente.
Mesmo sendo a estreia do grupo no
teatro de rua, o espetáculo venceu o Prêmio Coca-Cola Femsa 2012 de
Melhor Produção. "Uma frase que nos inspirou é aquela que: existe a
minha verdade, a sua verdade e a verdade", reforça a atriz e integrante
da trupe, Eloísa Elena, que se apresenta ao lado dos atores Claudio
Queiroz, Thiago Andreuccetti, Fábio Ferretti e Alexandre Maldonado.
A atriz adianta que o espetáculo se passa em uma praça pública, na qual
três pessoas chegam até o tribunal, pedindo para Salomão julgar uma
causa. "Cada um desses três contam uma história e justificam, mas a
verdade é um ponto de vista", conta Eloísa.
"Íamos comemorar
10 anos e nos perguntamos: o que fazer? Como fazer essa comemoração?
Então a rua apareceu como uma possibilidade, como um desejo de encontrar
as pessoas, as pessoas que não chegam ao teatro, e não por questão
financeira, mas por conta de uma questão cultural, de tradição. E nosso
desejo foi esse: ao invés de esperar o público, fomos até o publico, e
foi muito incrível, muito bacana. Essa experiência nos deixou muito
felizes e reafirmou nossa vocação", fala a atriz.
A peça
aborda elementos da cultura popular aliados a uma linguagem que se
utiliza de referências estéticas da Commedia Dell"Arte e do
circo-teatro, com um tratamento de humor acessível a público de todas as
idades.
Para montar o espetáculo, cujo texto é de autoria do
dramaturgo paulistano Paulo Rogério Lopes, o grupo realizou uma
pesquisa, em 2009, sobre os elementos do teatro de rua e popular e
também sobre ritmos musicais brasileiros, junto à percussionista Dani
Zulu (Barbatuques).
A sinopse da peça é a seguinte: em uma
praça pública, dois artistas preparam a apresentação do espetáculo no
qual investiram suas últimas economias: um tribunal presidido pelo
próprio sábio Salomão, auxiliado pela deusa da Justiça. Mas no momento
em que a encenação do julgamento das verdades está para começar, o
espaço da representação é invadido por três pessoas envolvidas numa
disputa por um frasco contendo algo misterioso. Tomando aquela encenação
como verdade, os três recorrem à justiça de Salomão para resolverem sua
grande causa: qual deles teria o real direito à posse do objeto? Os
artistas, vendo naquela confusão um material mais atraente do que a peça
que tinham preparado, abrem a sessão onde cada um dos envolvidos
contará a sua versão dos acontecimentos. Após cada um defender seu ponto
de vista, um tribunal popular é estabelecido onde não só o direito à
posse será decidido, como o próprio conceito de verdade será colocado em
xeque. Permeado de referências medievais e mitos populares, o
espetáculo faz uma reflexão bem humorada do que de fato é a verdade e
dos diversos pontos de vista sobre um mesmo fato.
Serviço
O espetáculo O tribunal de Salomão e o julgamento das meias-verdades
será apresentado amanhã, às 13h30, na Praça de Eventos Lecy de Campos,
que fica na avenida Trinta e um de março, Centro, Votorantim. Com
duração de 55 minutos, a peça tem indicação livre e a entrada é
gratuita.
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